quarta-feira, 20 de abril de 2016

O DESAPARECIMENTO DOS APOSTOLOS.




Um grave problema que impede muitos cristãos sinceros de entenderem a verdade em relação aos ministérios apostólicos é um ensinamento conhecido de algumas pessoas como a "teoria dos apóstolos desaparecidos". Este ensinamento é responsável por grande parte da falta de entendimento hoje.

A idéia de que Paulo foi o último apóstolo não possui base alguma, pois há um com número de outros apóstolos mencionados nas Escrituras, e ainda outros cuja existência é subentendida. Podemos achar vários sem maior dificuldade. Por exemplo, em Atos 14:4 Barnabé é denominado apóstolo juntamente com Paulo; em Gálatas 1:19 Tiago, irmão do Senhor, é chamado apóstolo; 1 Tessalonicenses 2:6 refere a Paulo, Silas e Timóteo como apóstolos. Outras referências necessitarão de mais pesquisa, mas estão aí para serem encontradas pela mente investigadora. Efésios 4 esclarece que todos os ministérios, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres funcionarão até que o corpo de Cristo chegue à unidade da fé, e à estatura completa de Jesus Cristo. Eu não acho que podemos afirmar que chegamos àquela posição até agora, no cristianismo. Você poderá notar também que o evangelista (ministério que, em conjunto com o pastor, está mais em evidência na igreja hoje que os demais) somente é encontrado duas vezes em todo o Novo Testamento! Certamente não usaremos este argumento para sugerir que o evangelista somente era necessário para dar início à igreja, como alguns dizem em relação aos apóstolos. J. B. Lightfoot diz no seu comentário sobre Gálatas que a palavra apóstolo "não pre empregada no sentido de ser um termo restrito aos doze".

HOMENS COMUNS HOJE


Colocando assim os apóstolos numa posição elevada, tem se tornado impossível reconhecer o apostolado em homens normais que vivem em nossos dias. Jesus realmente chamou simples pescadores e transformou-os em fundadores da igreja. Ele quer fazer a mesma coisa novamente, porém nós nos privamos deste ministério vital através de uma humildade falsa e de incredulidade. Esperando que todos os apóstolos se assemelhem a Paulo, temos perdido o benefício de um Timóteo ou de um Barnabé. O Senhor quer mudar tudo isto, à medida que nos encorajamos uns aos outros, reconhecendo todos os dons e vocações no corpo de Cristo.

Os dois extremos de catolicismo e protestantismo têm falhado igualmente em produzir a qualidade certa de autoridade na igreja. Um, conferindo a um só homem a autoridade absoluta, e o outro dando a cada indivíduo o direito de governar na igreja. Este nunca foi o caminho de Deus. Ele pretendia que, através de oração e reconhecimento, pudéssemos ver uma pluralidade de liderança emergir em cada nível de autoridade, que se tornaria evidente à medida que um grupo de pessoas esperasse em Deus, e que se basearia no verdadeiro reconhecimento dos dons ligado à submissão aos mesmos dons. Isto começará no meio de grupos de cristãos que, através de comunhão, chegaram a amar e a confiar uns nos outros. Aquele ministério de um só homem será banido para sempre, e haverá uma verdadeira segurança na igreja. Os ministérios se respeitarão e se submeterão uns aos outros, operando em conjunto dentro dos limites da sua vocação. Presbíteros locais serão cobertos pelos ministérios, e serão eles próprios uma verdadeira cobertura para as ovelhas por causa da sua confiança mútua.

CONSEQUENCIA DO DESPARECIMENTOS DOS AOPOSTOLOS


Com o desaparecimento dos apóstolos e profetas da igreja primitiva, ela perdeu logo seu poder e sua força de expansão. Surgiram divisões, e como já vimos, ela foi lançada na noite mais escura da sua história. Com a exceção de breves avivamentos, nem se ouvia falar de milagres: no entanto, a chama da verdade nunca se extinguiu completamente, louvado seja Deus! Mesmo assim, por mais que agradeçamos a Deus pelos avivamentos passados, estes foram frequentemente operações de salvamento, para que a igreja não viesse a se apagar, ao invés de uma experiência decisiva para elevar a igreja a um nível mais elevado. Uma geração precisa nascer, e crescer de maneira constante sob a autoridade e disciplina dos ministérios e ofícios da igreja, aceitando todas as intervenções de Deus como meios de alcançar a maturidade e a plenitude da vida em Cristo (Ef 4:11-13). Verdadeiramente este povo haverá de subir como asas como águias...

Hoje nós temos uma situação semelhante àquela que existia durante os dias dos juízes. Periodicamente, homens foram levantados especialmente para libertar Israel de exterminação. Entre estas épocas, aparentemente todo homem fazia o que era reto aos seus próprios olhos (Jz 21:25). Não havia rei, nem autoridade constante em Israel, e assim o povo ia de um trauma a outro. Semelhantemente, a igreja tem cambaleado entre um avivamento e o próximo. Evidentemente estes avivamentos foram dirigidos por homens que conheciam a Deus, e a sua verdade tem sido descoberta, mas o seu desejo é que o seu povo seja transformado de um grau de glória a outro superior. Ele ainda anseia para que conheçamos refinamento constante, encorajados pelos seus despertamentos, até que ele veja a sua própria imagem na igreja, como num espelho perfeito.

As Escrituras dizem: "...primeiramente apóstolos, segundo profetas, terceiro mestres, depois operadores de milagres, etc." (1 Co 12:28). O Senhor tem motivos para dar esta seqüência exata através de Paulo. Serão justamente estes ministérios que lançarão os alicerces de caráter, sobre os quais poderá ser edificada uma casa de poder. Pode ser notado em muitos lugares onde houve manifestações de poder sem os alicerces de caráter, que uma obra tem crescido de noite para o dia, como a abóbora de Jonas. Porém, em razão da falta de capacidade para resistir aos ataques sutis de Satanás, a obra murcha tão depressa quanto cresceu. Não é de admirar que tenhamos visto tão pouca bênção prolongada na igreja. Não é de admirar que tenhamos falhado em consolidar as bênçãos, a fim de continuarmos rumo aos níveis superiores de experiência e às profundezas do amor que Deus tem reservado para nós.

Na passagem de Coríntios citada acima, e mais claramente em Romanos 12, os ministérios, dons sobrenaturais e dons naturais são reunidos e denominados em conjunto de carismata ou dons da graça. Romanos 12:6 diz: "de modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada..." A palavra dom aqui é carisma, como em 1 Coríntios 12:4, e é aplicada de várias maneiras. Por exemplo, profecia, no v.6, é um dom do Espírito; ensinar, no v.7 é um dom ministerial; e mostrando misericórdia, no v.8 é um dom de caráter. Portanto dos dons são todos dons da graça. Os dons do ministério são concedidos por Jesus, os dons do caráter são formados em nós através de experiência e pela disciplina dos ministérios, e os dons sobrenaturais são concedidos pelo Espírito Santo, de acordo com sua vontade para a bênção, desenvolvimento e expansão da igreja. Todos são dons de Deus, que nós não merecemos. Todos são destinados ao corpo, a fim de que cada junta possa efetivamente suprir às outras; o todo, então, é edificado e sustentado de dentro para fora.

Sem isto, o programa evangelístico de Mateus 24:14 durante os últimos dias será impossível. O evangelho do reino não é apenas a mensagem que Jesus morreu na cruz pelos pecadores; nem mesmo é simplesmente uma mensagem acompanhada por sinais; antes, é uma mensagem acompanhada por sinais e vidas transformadas. Os poderes das trevas serão então afastados, confinados e amarrados. Cada canto da terra verá e ouvirá que Jesus está de fato vivo. Cristo sendo vivo na igreja, será visto pelo mundo; a igreja sendo viva em Cristo será preservada do derramamento final de juízo. Enquanto trevas cobrem a terra, sua luz brilhará cada vez com esplendor maior, e perseguição simplesmente acrescentará combustível ao fogo que está aceso nela. Ela conhecerá gozo transbordante no meio do sofrimento, e vitória estupenda justamente na hora em que sua derrota é aparentemente inevitável.


Fontes: Biblia sagrada
             Livros, estudos na net.   
             Ruach Ministries International
                        Dr Graham Perrins

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